terça-feira, 21 de junho de 2022

História de Jerusalém

"Fundação de Jerusalém

Os historiadores não sabem ao certo o momento em que a cidade de Jerusalém foi criada, mas as primeiras evidências encontradas na cidade pelos arqueólogos remontam a 3200 a.C. A escritora Karen Armstrong afirma que outras cidades canaanitas surgiram por volta dessa época, porém não existem evidências conclusivas sobre o surgimento de Jerusalém nesse período1.


Os historiadores não possuem nenhum conhecimento da trajetória da cidade de Jerusalém durante o crescimento das cidades cananeias, mas se sabe que, no século XX a.C., a região de Canaã passou para o domínio político e econômico dos egípcios. Foram encontrados vestígios dessa época de muralhas construídas nas bordas da cidade.


A primeira menção à cidade de Jerusalém de que se tem conhecimento foi encontrada em 1925, no Egito. Essa menção foi localizada em uma série de vasos egípcios que fazem menção à Jerusalém, chamando-a de Rushalimum. Esses vasos egípcios eram parte de um rito com o objetivo de amaldiçoar Jerusalém.


Karen Armstrong afirma que o nome Rushalimum sugere a influência da religião síria sobre Jerusalém, pois, apesar de os cananeus estarem sob influência egípcia, a religião era de influência da Síria. O significado da palavra é “Shalem fundou”, sendo Shalem um dos principais deuses da mitologia cananeia2.


Entre os séculos XVIII a.C. e XIV a.C., os historiadores não sabem muito bem o que se passou na cidade e muitos acreditam que ela possa até ter ficado vazia nesse período. No século XV a.C., a região de Canaã foi invadida pelos hurritas, um povo da Mesopotâmia que passou a exercer alguma influência sobre Jerusalém. Os documentos apontam que o governante de Jerusalém foi um homem com nome hurrita: Abdi-Hepa.


Nesse período, os interesses dos egípcios por Canaã diminuíram consideravelmente, e as diversas cidades-estado da região começaram a lutar entre si. Foi nesse contexto de lutas internas e enfraquecimento dos egípcios é que os jebuseus estabeleceram-se em Jerusalém. Isso ocorreu por volta dos séculos XIII e XII a.C.


Os jebuseus controlaram a cidade de Jerusalém, que chamavam de Jebus, até por volta de 1000 a.C., quando Davi, liderando os hebreus e o Reino de Israel, conquistou a cidade e transformou-a na capital de seu império.


Jerusalém sob domínio estrangeiro

Com a conquista de Jebus, Davi nomeou a cidade como Ir Davi (Cidade de Davi) e decidiu construir um grande templo para que a Arca da Aliança, objeto sagrado para os hebreus, fosse depositada. Esse feito só foi realizado por Salomão, filho da Davi, que concluiu a construção do chamado Templo de Salomão em 950 a.C. Esse foi o período de maior prosperidade do Reino de Israel.


Depois que Salomão morreu, a cidade de Jerusalém passou para as mãos de diferentes povos. A sucessão de povos que controlaram Jerusalém foi de assírios, caldeus e persas. A conquista de Jerusalém pelos caldeus, inclusive, foi a responsável pela destruição do Templo de Salomão em 586 a.C.


Depois que os persas conquistaram os caldeus, os hebreus foram permitidos a reconstruir o seu templo, obra que foi concluída em 515 a.C. Depois dos persas, Jerusalém passou para as mãos dos macedônios e, quando Alexandre, o Grande, morreu, em 323 a.C., a Palestina (região na qual Jerusalém está inserida) passou a ser disputada por ptolomeus e selêucidas.


No século II a.C., uma rebelião na Palestina fez com que a região fosse governada por uma dinastia independente de judeus: a dinastia asmoneia, que se estendeu de 167 a.C. a 40 a.C. Nesse período, os romanos exerciam grande influência na região, mas ainda não controlavam de fato a Palestina. De 40 a.C. a 37 a.C., os partos controlaram parte da Palestina e, a partir de 37 a.C., os romanos oficialmente conquistaram a Palestina e Jerusalém, quando Herodes liderou um cerco contra a cidade.


O domínio romano sobre a Palestina e Jerusalém foi bastante conturbado. Destacam-se duas revoltas de judeus em Jerusalém que causaram grandes guerras contra os romanos. Em 70 d.C., os romanos cercaram a cidade por seis meses. O resultado final dessa guerra, segundo o historiador Piers Paul Read, foi a quase dizimação da população de Jerusalém3. Outra guerra entre judeus e romanos ocorreu em 134 d.C., e os romanos decretaram a expulsão de todos os judeus de Jerusalém.


Jerusalém na Idade Média

A cidade de Jerusalém esteve sob domínio dos romanos até a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C. Depois disso, os bizantinos (herdeiros do Império Romano) ficaram no controle da cidade. O domínio dos bizantinos sobre Jerusalém foi desafiado pelos sassânidas, que a conquistaram em 614, permanecendo lá até 628, quando os bizantinos retomaram o controle.


Pouco tempo depois, em 637, a cidade de Jerusalém foi cercada pelas tropas do Califado Ortodoxo, que eram lideradas pelo califa Omar. Com o cerco, Jerusalém rendeu-se sem oferecer resistência ao califa Omar, que permitiu que cristãos e judeus continuassem com suas vidas e religião desde que pagassem um imposto.


Essa liberdade de culto dada a cristãos e judeus em Jerusalém foi garantida até o século XI. Foi somente no século XI que surgiu um califa que promoveu grande perseguição contra judeus e cristãos. O califa egípcio al-Hakim ordenou “a destruição de todas as igrejas cristãs em seu domínio, entre elas a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, cuja reconstrução foi autorizada por seu sucessor”4.


Foi nesse século que começaram a surgir na Europa ideias que defendiam a necessidade de se conquistar a Palestina, entendida como “Terra Santa”. Os cristãos europeus entendiam que era necessário conquistar a Palestina para garantir o trânsito de peregrinos que iam visitar Jerusalém, mas também era uma forma de, como coloca Paul Piers Read, “dar vazão ao excesso de energia da classe guerreira franca.”5


Desse sentimento, saiu o anúncio do papa Urbano II para as Cruzadas, em 1095. Da convocação de Urbano II, iniciou-se a Primeira Cruzada (foram nove Cruzadas ao todo). Quatro anos depois da convocação de Urbano II, os exércitos cristãos chegaram em Jerusalém com o objetivo de conquistá-la.


O ataque contra Jerusalém pelo exército cruzado iniciou-se em 13 de julho de 1099. O governante da cidade, que havia sido nomeado pelos fatímidas, era Iftikhar al-Dawla. Ele não conseguiu repelir o ataque cristão e só saiu com vida de Jerusalém porque entregou o tesouro da cidade em troca de um salvo-conduto para fugir.


O restante da população de Jerusalém não teve essa sorte, pois o ataque cristão ficou marcado pela barbárie. Os cristãos promoveram um grande massacre nas ruas de Jerusalém, matando tanto judeus quanto muçulmanos. A cidade de Jerusalém ficou sob controle dos cristãos até 1187, quando os muçulmanos reconquistaram Jerusalém sob a liderança de Saladino, líder dos aiúbidas.


A sucessão dos acontecimentos fez com que os cristãos retomassem o controle de Jerusalém em 1229, quando o sultão do Egito, al-Kamil, assinou um acordo com Frederico II, rei do Sacro Império Romano-Germânico. Nesse acordo, ambos os lados concordavam em assinar uma trégua de 10 anos, e a cidade de Jerusalém retornaria ao controle dos cristãos, que, por sua vez, não poderiam reconstruir as muralhas da cidade, destruídas anos antes.


Em 1244, porém, a cidade caiu novamente nas mãos dos muçulmanos, quando os turcos invadiram a Palestina quando fugiam dos mongóis. Por causa dessa invasão, a Palestina caiu novamente nas mãos dos aiúbidas. Em 1260, foram os mamelucos que conquistaram a cidade, dominando-a até 1517. Posteriormente, os otomanos, um império surgido na Turquia, conquistaram e controlaram-na até 1917



SILVA, Daniel Neves. "História de Jerusalém"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/historia-jerusalem.htm. Acesso em 21 de junho de 2022.

terça-feira, 14 de junho de 2022

ATP

 ATP é uma sigla usada para indicar a molécula de adenosina trifosfato (Adenosine TriPhosphate). Essa molécula constitui a principal forma de energia química, uma vez que sua hidrólise é altamente exergônica. Isso quer dizer que, ao sofrer o processo de hidrólise (cisão por ação da água), essa molécula libera grande quantidade de energia livre.


A molécula de ATP é formada por uma base nitrogenada adenina, uma ribose e por três grupos fosfato. A adenina ligada à ribose é chamada de adenosina. Quando a adenosina está ligada a apenas dois grupos fosfato, temos a adenosina difosfato (ADP) e, quando está ligada a um grupo fosfato, constitui a adenosina monofosfato (AMP).


O ATP consiste em uma molécula de adenosina ligada a três grupos fosfato.


→ Qual a função da molécula de ATP para a célula?


A molécula de ATP é fundamental para a célula, pois fornece a energia livre de que essas células necessitam para realizar suas atividades. Sendo assim, essa molécula é responsável por garantir a manutenção da homeostase celular, permitindo a realização dos diversos processos fundamentais para o seu funcionamento. Vale salientar que o papel do ATP não é apenas funcionar como uma moeda de energia, pois também é capaz de doar um grupo fosfato para outras moléculas (fosforilar).


→ O que ocorre no processo de hidrólise do ATP?


Como mencionamos antes, o processo de hidrólise é altamente exergônico. Nesse processo, é produzida energia livre, além de uma molécula de ADP e um íon fosfato inorgânico, frequentemente abreviado como Pi. A energia liberada será usada em uma reação endergônica (que consome energia).


A reação de hidrólise pode ser assim representada:


ATP+ H2O → ADP + Pi + energia livre


→ A reação inversa também ocorre?


A reação inversa também pode ocorrer, porém, nesse caso, não teremos uma reação exergônica, e sim uma reação endergônica, em que se consome energia. As reações exergônicas que ocorrem na célula liberam a energia necessária para a formação de ATP. Na reação inversa, ocorre a formação de ATP utilizando ADP e Pi.


ADP + Pi + energia livre → ATP+ H2O


SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "O que é ATP?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-atp.htm. Acesso em 14 de junho de 2022.

Nutrientes

 "Nutrientes são substâncias presentes nos alimentos que são importantes para o funcionamento do nosso organismo. Nosso corpo adquire-os por meio do processo de digestão, que garante a quebra dos alimentos em partículas menores que podem ser absorvidas pelo corpo.


Tipos de alimentos apresentam uma quantidade específica de nutrientes, sendo fundamental saber combiná-los para obter-se uma dieta saudável. A seguir exploraremos mais a respeito dessas substâncias e sua importância!

Tópicos deste artigo

1 - Classificação dos nutrientes

2 - Importância dos nutrientes

Classificação dos nutrientes

Os nutrientes são classificados em dois grandes grupos, os macronutrientes e os micronutrientes:


Macronutrientes são aqueles que nosso corpo necessita em maior quantidade, sendo encontrados abundantemente nos alimentos. Proteínas, carboidratos, lipídios e água são exemplos deles. Micronutrientes, por sua vez, são aqueles necessários em pequenas doses para que haja um bom funcionamento do organismo, sendo encontrados em baixa quantidade nos alimentos. Vitaminas e minerais são exemplos deles.


Vale destacar que, independentemente do nutriente ser considerado macro ou micro, ele deve fazer parte da alimentação. Os micronutrientes, mesmo que necessários em baixas concentrações, podem causar danos ao funcionamento do corpo caso não sejam consumidos, e assim ocorre com os macronutrientes."

Proteínas: são moléculas orgânicas formadas por um conjunto de aminoácidos que desempenha uma série de funções importantes para o corpo humano, como a defesa do organismo, a aceleração de reações químicas, o transporte de substâncias, a movimentação, a comunicação celular e a sustentação. Costuma-se dizer que a principal função das proteínas é estrutural, uma vez que promovem a formação e o crescimento dos tecidos do nosso corpo. Carnes, ovos e laticínios são alimentos ricos em proteínas.


Carboidratos: constituem a principal fonte de energia para o nosso organismo e são as moléculas orgânicas mais abundantes da natureza. Eles são classificados, pelo número de subunidades, em monossacarídios, dissacarídeos e polissacarídeos. Como exemplo de alimentos ricos em carboidratos, podemos citar: arroz, pão, massa, açúcar e mel.


Lipídios: são uma classe de macromoléculas que incluem as gorduras e substâncias semelhantes. Assim como os carboidratos, os lipídios estão relacionados com o fornecimento de energia. Além de serem moléculas armazenadoras de energia, eles apresentam outras funções, como: formação das membranas (fosfolipídios); proteção dos órgãos de impactos; e atuação na manutenção da temperatura do corpo. Margarina, óleo, carne gorda, noz e azeite são alimentos ricos em lipídios.


Água: está presente em todos os alimentos, estando em menor ou em maior quantidade a depender do alimento analisado. Dentre os principais papéis exercidos pela água no corpo humano, podemos destacar: transporte de substâncias; eliminação de substâncias para fora do corpo; atuação como solvente; lubrificação de órgãos e tecidos; participação de reações químicas; e regulação da temperatura. São alimentos ricos em água: melancia, tomate, nabo, cenoura e melão.


Micronutrientes

Sais minerais: são nutrientes inorgânicos necessários em pequenas quantidades no nosso organismo. Dentre os principais sais minerais necessários ao funcionamento do nosso organismo, podemos citar: cálcio, fósforo, potássio, cloro, sódio, ferro e flúor. Cada sal mineral atua de forma diferente no corpo, por exemplo: o cálcio relaciona-se com a formação de ossos e dentes e o ferro atua como componente da hemoglobina.


Vitaminas: são moléculas orgânicas extremamente importantes para nosso organismo, entretanto, são necessárias em pequenas quantidades. As vitaminas podem ser classificadas em hidrossolúveis e lipossolúveis. No grupo das vitaminas hidrossolúveis estão a vitamina B e a vitamina C. Já no grupo das vitaminas lipossolúveis encontramos vitamina A, vitamina D, vitamina E e vitamina K.


Elas exercem variadas funções no organismo: a vitamina A, por exemplo, é componente de pigmentos visuais e atuam na manutenção dos tecidos epiteliais; a vitamina K atua no processo de coagulação; e a vitamina C é importante na síntese do colágeno.


Fibras

As fibras são importantes na alimentação, entretanto, por não serem absorvidas, não são consideradas por alguns autores como nutrientes. Apesar de não serem assim classificadas, é importante que elas estejam presentes na dieta.


As fibras atuam garantindo um bom funcionamento do intestino, prevenindo, por exemplo o câncer nessa região. Além disso, elas causam sensação de saciedade e diminuem a absorção de colesterol, gordura e açúcar. Frutas e verduras são alimentos ricos em fibras. Tem mais interesse no tema? Leia nosso texto: Fibras alimentares."


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